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Faixa no braço e fôlego em dia: inspirado em Zé Roberto, Léo Moura não pensa em parar tão cedo

08/06/2017 às 17:23

"Lateral não é posição para veterano", "Aos 38 anos, é fim de carreira", "Ele não tem mais idade para jogar no Grêmio". A faixa de capitão que levará no braço na partida contra a Chapecoense, às 20h (de Brasília), na Arena Condá, pela quinta rodada do Brasileirão, mostra que Léo Moura não precisou de mais do que seis meses para contrariar os prognósticos de sua chegada ao Grêmio. De questionado antes mesmo de entrar em campo, se tornou titular indiscutível e celebra uma volta por cima que vai além da braçadeira que recebeu de Renato Portaluppi.

No início da semana, Léo Moura usou as redes sociais para revelar pedidos de desculpas de torcedores que o criticaram antes mesmo de entrar em campo. Com 23 jogos e três gols em 2017, o lateral, porém, prefere olhar para frente. Já mais perto dos 39 do que dos 38 - completa em outubro -, risca a palavra aposentadoria de seus planos para breve:

 

- Não quero colocar mais data (risos). Me sinto bem e tenho esticado mais. Vejo o Zé (Roberto) bem com 42, é muita inspiração, um espelho a ser seguido. Só depende de mim. Não preciso parar agora, posso jogar em alto nível. Vou perceber quando não tiver mais aguentando a fazer o que sempre fiz. Serei o primeiro a levantar a mão e dizer que está bom.

 

Em bate-papo com o GloboEsporte.com já em Chapecó, Léo admitiu a surpresa com o sucesso imediato no Tricolor Gaúcho, garantiu ter fôlego de sobra para seguir na lateral e não escondeu a satisfação pela redenção após um início marcado pela desconfiança.

Sucesso imediato

- Eu sabia que só precisava de uma oportunidade. Não podia frustrar a confiança do Renato, do Espinoza... Queria jogar para mostrar o motivo de me contratarem. As coisas deram certo rápido. Esperava um tempo de adaptação, mas a entrada no time encaixou e vieram as vitórias.

Permanência na lateral

- Fiz uma trabalho de prevenção de lesão para ter sequência. Me sinto muito bem tanto no meio como na lateral. Dizem que lateral corre muito, mas tem o lado da experiência, saber o momento certo de atacar. Isso ajuda e me preparei para isso. Me cuido, não perco noite de sono. É um conjunto de coisas que me faz suportar. Tenho terminado os jogos tranquilo, não fico morto. Até me surpreendo.

Concorrência

- Vejo que posso continuar jogando com 38 anos e fazendo a diferença. Não posso ser mais um. Respeito todos os laterais, mas estou entre os três, quatro melhores. Estou no topo ainda.

Adaptação

- O que fez a diferença foi a confiança, o suporte que todo mundo me deu, além de me dar bem com todo mundo. Isso acaba ajudando, as coisas caminham para um lado positivo. Ninguém esperava que fosse acontecer isso comigo: vir para o Grêmio, ser titular, ser capitão quando precisa, ser líder. É um conjunto de coisas. Estou muito feliz, um prazer que eu não sentia desde o Flamengo.

Desconfiança

- Isso tudo foi um estímulo. O treinador não é burro. Tive a oportunidade e não podia decepcionar. Tive que provar para mim e para as pessoas que tenho condição de vestir a camisa do Grêmio. As críticas me motivaram. Muita pede desculpas, falam que foram injustos e olharam pelo lado da idade, se arrependem por falarem mal antes de eu jogar. Isso faz bem para o ego. Em menos de seis meses, pude mostrar que o Renato e a diretoria não estavam errados. Espero que isso o dure muito tempo.